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Renato Duque, o chefe da roubalheira do PT na Petrobras

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Depoimento de Paulo Roberto Costa aponta o engenheiro pilantra como principal operador do esquema de repasse de propina de empreiteiras ao partido

PUXOU O PADRINHO
Renato Duque, afilhado de José Dirceu, o corrupto do mensalão, chega a sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro. Quem com porco se mistura, farelo come

Há uma premissa de ouro na cartilha de como crescer na Petrobras: encontrar um padrinho político. Por mais capacitados que sejam os técnicos, dificilmente conseguem galgar degraus além do terceiro escalão da estatal se não tiverem respaldo de uma legenda — ou de algum nome poderoso no Congresso. Para alcançar tal façanha, engenheiros de carreira negociam o que for preciso (inclusive a alma) para conseguir um bom padrinho. Renato Duque, que por quase dez anos ocupou a diretoria de Serviços da Petrobras, não fugiu à regra. Preso nesta sexta-feira, quando foi deflagrada a sétima fase da Operação Lava Jato, o executivo entrou na empresa em 1978, como engenheiro. Especializou-se em Engenharia do Petróleo na Universidade Federal do Rio de Janeiro e assumiu diversas funções na estatal, até ingressar na rentável área de contratos. Em 2003, quando foi nomeado diretor da empresa, Duque comandava a gerência de contratos da área de Exploração e Produção. Decidia, por exemplo, de quem contratar plataformas, sondas de perfuração, embarcações e helicópteros. Acordos bilionários com empresas nacionais e estrangeiras dependiam de sua canetada.

Duque nunca foi um petista histórico. Mas, nos idos do ano 2000, ao estreitar laços com o chefão José Dirceu, achou por bem aderir à legenda. Escolheu, não por acaso, a corrente Construindo um Novo Brasil, a mesma de Lula, e também a mais poderosa dentro do partido. A saída de Duque do nível gerencial para a diretoria se deu por intermédio de Silvinho Pereira, ex-secretário do PT e um dos nomes chave do escândalo do mensalão. Conhecendo as grandes somas que transitavam pela área de Serviços, Pereira queria manter a fonte dentro da cota do partido, já que a área de Abastecimento e a Transpetro estavam sob o comando do PMDB. Duque parecia um bom nome aos olhos dos caciques petistas, mas só foi chancelado depois que Pereira consultou o lobista Fernando Moura, da empreiteira baiana GDK. A empresa ficou célebre depois que veio à tona seu presentinho a Pereira, em 2004, em troca de contratos com a Petrobras: uma Land Rover no valor de 73.500 reais. O caso foi revelado em 2005 nas páginas de VEJA.

A pré-disposição do engenheiro para a contravenção está nos autos do processo conduzido pelo Ministério Público Federal. Nas declarações de Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef à Justiça, no âmbito da Operação Lava Jato, consta que Duque operava um esquema criminoso de financiamento que drenava 3% dos valores dos contratos de sua área para o PT. Disse Costa em seu depoimento: “Olha, em relação à Diretoria de Serviços, era, todos, todos sabiam, que tinham um percentual desses contratos da área de Abastecimento, dos 3%, 2% eram para atender ao PT. Através da Diretoria de Serviços. Outras diretorias como gás e energia, e como exploração e produção, também eram PT, então você tinha PT na Diretoria de Exploração e Produção, PT na Diretoria de Gás e Energia e PT na área de serviço. Então, o comentário que pautava lá dentro da companhia é que, nesse caso, os 3% ficavam diretamente para, diretamente para o PT”. Ainda segundo a decisão judicial que precedeu a prisão de Duque, os executivos Augusto Ribeiro de Mendonça Neto e Júlio Gerin de Almeida Camargo, da Toyo Setal, confirmaram esses fatos e detalhes a respeito do pagamento de valores por contratos da Petrobras a Duque e ao lobista que o servia, Fernando Soares, também conhecido como Baiano.

Mas, antes de operar o esquema que, tudo indica, ajudava a abastecer os cofres do partido, Duque quase sucumbiu. Sua ligação com Pereira e Dirceu colocou sua permanência na estatal por um fio em meados de 2006. Depois da descoberta do esquema do mensalão, a principal fonte de arrecadação do partido secou. Armou-se, assim, uma queda de braço na estatal entre PT e PMDB pelos cargos na empresa. Os pemedebistas passaram a requisitar a área de Serviços, alegando envolvimento de Duque com os mensaleiros. Queriam colocar no lugar de Duque o engenheiro Alan Kardec. Mas o PT conseguiu manter o diretor até 2012, quando Maria das Graças Foster assumiu a presidência da empresa, nomeada por Dilma Rousseff. Falava-se, à época, em despolitização da estatal — e a ascensão de Graça era vista com receio pelos partidos que detinham poder nas diretorias. Um dos primeiros movimentos da nova presidente foi tirar o PMDB da diretoria de Abastecimento e demitir Duque — o principal representante do lulismo na empresa. O PT tentou negociar a permanência do diretor até 2013, mas não conseguiu. Tanto ele, quanto Paulo Roberto Costa e Jorge Zelada, da área Internacional, foram defenestrados.

Duque curou sua mágoa abrindo uma consultoria de óleo e gás, a D3TM — empresa que usou, em muitos casos, para prestar serviços à Petrobras. Da janela de sua sala, na rua da Assembleia, era possível avistar a sede da estatal, na avenida Presidente Vargas, no centro do Rio. Segundo as investigações, a empresa se tornou um veículo de recebimento de propina do megaesquema agora chamado de ‘petrolão’. Os bens da D3 foram bloqueados pela Justiça nesta sexta-feira. Duque ainda possui imóveis na Barra da Tijuca e na zona norte do Rio de Janeiro, onde nasceu. Tem ainda uma casa de campo no município de Penedo, no interior do Rio. Todos os seus bens estão bloqueados até segunda ordem.

Veja Online

Uma resposta

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  1. Pelo que, até aqui se tem tido conhecimento via imprensa e este endereço, não tem outra interpretação a não ser concluir que a era PT no poder colocou sob a responsabilidade de quem não detem o menor resquício comportamental, administrativo e de caracter, de um risco, ponto ou que o valha de valor de honestidade, seriedade e comprometimento com responsabilidade funcional. O que tem sido mostrado à sociedade, não deixa outra interpretação de que os cargos foram loteados e tomados de conta por bandidos, alguns dos quais já tem seu certificado expedido pelo STF e alguns outros estão a caminho para serem certificados. É! Bem que se dizia, há alguns anos: o Brasil não quebra e nem afunda, por que é maior que o abismo.

    Lúcio Reis

    14 de novembro de 2014 at 20:56


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